Capítulo 10 – Convite


Capítulo 10 – Convite
“Eu não estava apaixonado, não amava ninguém, não fui feito para amar nem ser amado, o amor não existe, e isso é a úlcera que te queima por dentro, ninguém mais me deixaria triste novamente”.
A
ndressa deu um sorriso e soltou:
-Oi! Tudo bem?
-Melhor agora! – internamente eu queria dizer “oi meu amor, com você tudo fica ótimo”. Não eu não estava gostando dela, éramos amigos, e amigos falam essas coisas, não falam?
-Estou começando a ficar cheia de trabalho já!
-Quer ir a uma festa comigo, no sábado?
-Onde? Que horas?
-Na chácara de um colega de sala, acho que será às 20 horas!
-Eu topo! – ela disse dando um sorriso, e se afastando de mim para chegar ao banco onde Jefferson estava ouvindo música.
Fiquei observando as atitudes deles, ela tirou os fones do garoto e começou  a gesticular, ele a olhava com cara de quem estava ouvindo um bêbado contar as suas proezas de sua vida antes de ser expulso de casa pela família. Por que ela queria ser amiga daquele morto-vivo? Se ele conhecesse Soraya, aposto que formariam uma dupla de insensatos perfeita.
Abri o meu Twitter e li as indiretas da vampira via internet. Tossi três vezes e fingi não ter lido nenhuma provocação. Eu só estava tentando ser normal, era tão  difícil assim viver em um mundo sem vampiros, sem chupadores de sangue?
Eu agradecia os quilômetros que separavam o estado de São Paulo do Paraná, como quem agradece a cada refeição feita. Será que os vampiros agradeciam pelos animais e pessoas que matavam? Algo como “obrigado por este búfalo” ou até “Obrigado pelo cervo morto nosso de cada dia”...
Eu podia ser besta demais, mas, tinha certeza de que vampiros não eram seres divinos nem aqui nem na China. Já imaginaram um vampiro chinês, ele diria algo como: “quelo chupar o seu sangue”, e depois ele voaria e atacaria suas vítimas com adagas ou leques afiados, e assim duas pequenas presas apareciam na sua boca,.
Se eu não pertencia mais ao clã dos vampiros, então eles que se danassem por aí. Mas, eu tinha a total convicção que nunca me esqueceria do rosto daquela vampira que tanto amara. Andressa tinha traços que lembravam minha ex-namorada virtual e até alguns gestos.
O melhor a ser feito era deixar os vampiros em paz, cada qual no seu caixão, descansando durante a forte luz do dia para fazerem a festa à noite. Por falar em festa, eu iria a um e com uma ótima companhia.
Contei ao Fábio que disse ter ficado muito feliz. Ele me mostrou uma foto com Graciele, formavam um belo casal, tinham a mesma altura, e isso era um fator muito bacana.
Tinha tantos planos, ambições para o dia da festa que não sabia por onde começar. Apenas um dia me separava do meu futuro. Que necessidade é essa do ser humano sempre ter o coração ocupado por alguém? O amor é o mal da humanidade, matam por amor, fazem por amor, sofrem por amor, se amar fosse algo prazeroso, casamentos eram eternos e não viveríamos nesta desgraça social.
Filosofar faz parte de amar? Quando amamos as pessoas, ficamos mais sensíveis? Os poetas então viveram apaixonados? Todo o amor deve ser declarado? Eu teria coragem para tanto?

2 comentários:

Lucy Rodrigues disse...

Uou to vendo que alguem vai se apaixonar de novo, clima de romance no ar! #adoro. Mt bom

Fábio Assunção disse...

Todo o amor deve ser declarado?
Não acho que deva. Por uma única razão: relacionamentos conjugais atuais são de uma complexidade tão incrível que, prá você entrar de cabeça nisso, se deve pensar umas 1000 vezes.

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sábado, 29 de janeiro de 2011

Capítulo 10 – Convite


Capítulo 10 – Convite
“Eu não estava apaixonado, não amava ninguém, não fui feito para amar nem ser amado, o amor não existe, e isso é a úlcera que te queima por dentro, ninguém mais me deixaria triste novamente”.
A
ndressa deu um sorriso e soltou:
-Oi! Tudo bem?
-Melhor agora! – internamente eu queria dizer “oi meu amor, com você tudo fica ótimo”. Não eu não estava gostando dela, éramos amigos, e amigos falam essas coisas, não falam?
-Estou começando a ficar cheia de trabalho já!
-Quer ir a uma festa comigo, no sábado?
-Onde? Que horas?
-Na chácara de um colega de sala, acho que será às 20 horas!
-Eu topo! – ela disse dando um sorriso, e se afastando de mim para chegar ao banco onde Jefferson estava ouvindo música.
Fiquei observando as atitudes deles, ela tirou os fones do garoto e começou  a gesticular, ele a olhava com cara de quem estava ouvindo um bêbado contar as suas proezas de sua vida antes de ser expulso de casa pela família. Por que ela queria ser amiga daquele morto-vivo? Se ele conhecesse Soraya, aposto que formariam uma dupla de insensatos perfeita.
Abri o meu Twitter e li as indiretas da vampira via internet. Tossi três vezes e fingi não ter lido nenhuma provocação. Eu só estava tentando ser normal, era tão  difícil assim viver em um mundo sem vampiros, sem chupadores de sangue?
Eu agradecia os quilômetros que separavam o estado de São Paulo do Paraná, como quem agradece a cada refeição feita. Será que os vampiros agradeciam pelos animais e pessoas que matavam? Algo como “obrigado por este búfalo” ou até “Obrigado pelo cervo morto nosso de cada dia”...
Eu podia ser besta demais, mas, tinha certeza de que vampiros não eram seres divinos nem aqui nem na China. Já imaginaram um vampiro chinês, ele diria algo como: “quelo chupar o seu sangue”, e depois ele voaria e atacaria suas vítimas com adagas ou leques afiados, e assim duas pequenas presas apareciam na sua boca,.
Se eu não pertencia mais ao clã dos vampiros, então eles que se danassem por aí. Mas, eu tinha a total convicção que nunca me esqueceria do rosto daquela vampira que tanto amara. Andressa tinha traços que lembravam minha ex-namorada virtual e até alguns gestos.
O melhor a ser feito era deixar os vampiros em paz, cada qual no seu caixão, descansando durante a forte luz do dia para fazerem a festa à noite. Por falar em festa, eu iria a um e com uma ótima companhia.
Contei ao Fábio que disse ter ficado muito feliz. Ele me mostrou uma foto com Graciele, formavam um belo casal, tinham a mesma altura, e isso era um fator muito bacana.
Tinha tantos planos, ambições para o dia da festa que não sabia por onde começar. Apenas um dia me separava do meu futuro. Que necessidade é essa do ser humano sempre ter o coração ocupado por alguém? O amor é o mal da humanidade, matam por amor, fazem por amor, sofrem por amor, se amar fosse algo prazeroso, casamentos eram eternos e não viveríamos nesta desgraça social.
Filosofar faz parte de amar? Quando amamos as pessoas, ficamos mais sensíveis? Os poetas então viveram apaixonados? Todo o amor deve ser declarado? Eu teria coragem para tanto?

2 comentários:

  1. Uou to vendo que alguem vai se apaixonar de novo, clima de romance no ar! #adoro. Mt bom

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  2. Todo o amor deve ser declarado?
    Não acho que deva. Por uma única razão: relacionamentos conjugais atuais são de uma complexidade tão incrível que, prá você entrar de cabeça nisso, se deve pensar umas 1000 vezes.

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