Parte 22 – Visitas


“Diga, quem você é me diga! Me fale sobre a sua estrada, me conte sobre a sua vida...tira a máscara que cobre o seu rosto, se mostre e eu descubro se eu gosto do seu verdadeiro jeito de ser.”
Aprendi o seu nome que eu não vou chamar. Inventei o que não há. Faça a sua sede, mate a minha sede, coma a minha fome, levo sua mente, seja a minha lente, como a sua fome com o meu nome.
Sim, era ele. O perigo acelerou meus batimentos cardíacos. Ela saiu me puxando entre as pessoas que nos olhavam com as caras mais estranhas da face da Terra. (dica de música para ouvir enquanto lê: Moving Mountains- Two Steps From Hell).Seus passos eram apertados e ela tinha uma agilidade incrível. A figura do nosso inimigo permanecia na minha mente, era alto, branco como um leite desnatado, seus olhos eram arroxeados, usava um topete com muito gel e um sorriso falso como uma nota de 1,99. Será que ele nos vu? Foi tudo tão rápido.
Sabendo que o “filho do esperto” também estava em São Paulo, toda a nossa tranqüilidade se transformou em tensão e transtornos. A felicidade se esvaiu do rosto de Soraya, sua mão gelada apertava o meu pulso como se eu fizera algo de errado. A multidão não reparava mais no nosso estranho comportamento, talvez esse seja o benefício de uma metrópole, as pessoas podem ficar invisíveis e ninguém percebe a sua presença. Éramos mais duas pessoas agitadas em meio aquela multidão de gente.
Eu olhava para trás rastreando algum sinal do vampiro topetudo, mas era inútil, pois além de ele ser um vampiro habilidoso, eu era míope e todos sabem que míopes vêem coisas onde não existe. Talvez ele também não existisse, mas não era hora para devaneios. Soraya me empurrou em um beco ao lado de uma barraca de sorvetes, então pudemos ver aquela figura pálida perdida na multidão que praticava Cooper.
-É, ele já nos rastreou! Agora o jogo vai começar!- ela me disse, expressando medo e vingança.
-Mas, o que ele quer exatamente? –perguntei.
-Eu já te falei, simplesmente, te matar! –ela respondeu.
-Simples assim? – congelei.
-Temos formas de tentar evitar isso, pegando-o antes e para isso eu poderia...
-Poderia? – a cada palavra soltada no vento, eu quase tinha um colapso cardíaco.
-Te transformar em vampiro, dois são mais que um! Concorda?
-Sim! Pitágoras já sabia disso! Não me vejo como vampiro! –eu disse, ajustando meus óculos. –Vampiro que usa óculos? Tudo bem, se o Harry Potter é um bruxo que usa óculos, mas ele é fictício, e na ficção eles podem até usar dentadura e estampar capas de revista!
-Nem eu imagino você como vampiro! Apesar de que isso seria doloroso demais para você, e eu não gostaria de te ver sofrendo com as transformações iguais as que eu passei!
-Eu também não quero sofrer, mas se esta for a melhor solução terei que arcar com as conseqüências! Teremos filhos vampiros?
-Você vai morrer e está pensando em me engravidar?
-Nas horas de aflição não dizem que vemos nossas vidas passarem em minutos?
-Você está supondo e não vendo, acho que ele se foi, é melhor voltarmos para aquele apartamento fétido!
No apartamento.
-O Rafa ainda não chegou... Isso é estranho! – ela disse enquanto me preparava um chá de alguma erva.
-Ouço barulhos do elevador!- eu disse.
-Acho que vou preparar o jantar! – ela sorriu para mim, me entregando uma xícara quente.
-Isso maninha! E coloque mais dois pratos – Rafael falou abrindo a porta da sala.
-Chegou! Por que dois pratos? – ela perguntou da cozinha ainda.
-Temos duas visitas que acabei de buscá-las no aeroporto!
Tivemos a mesma reação, um frio na espinha que nos levou até a sala. Puxando duas malas roxas, elas estavam na nossa frente sorridentes. Eu olhei para Soraya, e na sua face estava estampado de que teríamos mais problemas.

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sábado, 28 de agosto de 2010


Parte 22 – Visitas


“Diga, quem você é me diga! Me fale sobre a sua estrada, me conte sobre a sua vida...tira a máscara que cobre o seu rosto, se mostre e eu descubro se eu gosto do seu verdadeiro jeito de ser.”
Aprendi o seu nome que eu não vou chamar. Inventei o que não há. Faça a sua sede, mate a minha sede, coma a minha fome, levo sua mente, seja a minha lente, como a sua fome com o meu nome.
Sim, era ele. O perigo acelerou meus batimentos cardíacos. Ela saiu me puxando entre as pessoas que nos olhavam com as caras mais estranhas da face da Terra. (dica de música para ouvir enquanto lê: Moving Mountains- Two Steps From Hell).Seus passos eram apertados e ela tinha uma agilidade incrível. A figura do nosso inimigo permanecia na minha mente, era alto, branco como um leite desnatado, seus olhos eram arroxeados, usava um topete com muito gel e um sorriso falso como uma nota de 1,99. Será que ele nos vu? Foi tudo tão rápido.
Sabendo que o “filho do esperto” também estava em São Paulo, toda a nossa tranqüilidade se transformou em tensão e transtornos. A felicidade se esvaiu do rosto de Soraya, sua mão gelada apertava o meu pulso como se eu fizera algo de errado. A multidão não reparava mais no nosso estranho comportamento, talvez esse seja o benefício de uma metrópole, as pessoas podem ficar invisíveis e ninguém percebe a sua presença. Éramos mais duas pessoas agitadas em meio aquela multidão de gente.
Eu olhava para trás rastreando algum sinal do vampiro topetudo, mas era inútil, pois além de ele ser um vampiro habilidoso, eu era míope e todos sabem que míopes vêem coisas onde não existe. Talvez ele também não existisse, mas não era hora para devaneios. Soraya me empurrou em um beco ao lado de uma barraca de sorvetes, então pudemos ver aquela figura pálida perdida na multidão que praticava Cooper.
-É, ele já nos rastreou! Agora o jogo vai começar!- ela me disse, expressando medo e vingança.
-Mas, o que ele quer exatamente? –perguntei.
-Eu já te falei, simplesmente, te matar! –ela respondeu.
-Simples assim? – congelei.
-Temos formas de tentar evitar isso, pegando-o antes e para isso eu poderia...
-Poderia? – a cada palavra soltada no vento, eu quase tinha um colapso cardíaco.
-Te transformar em vampiro, dois são mais que um! Concorda?
-Sim! Pitágoras já sabia disso! Não me vejo como vampiro! –eu disse, ajustando meus óculos. –Vampiro que usa óculos? Tudo bem, se o Harry Potter é um bruxo que usa óculos, mas ele é fictício, e na ficção eles podem até usar dentadura e estampar capas de revista!
-Nem eu imagino você como vampiro! Apesar de que isso seria doloroso demais para você, e eu não gostaria de te ver sofrendo com as transformações iguais as que eu passei!
-Eu também não quero sofrer, mas se esta for a melhor solução terei que arcar com as conseqüências! Teremos filhos vampiros?
-Você vai morrer e está pensando em me engravidar?
-Nas horas de aflição não dizem que vemos nossas vidas passarem em minutos?
-Você está supondo e não vendo, acho que ele se foi, é melhor voltarmos para aquele apartamento fétido!
No apartamento.
-O Rafa ainda não chegou... Isso é estranho! – ela disse enquanto me preparava um chá de alguma erva.
-Ouço barulhos do elevador!- eu disse.
-Acho que vou preparar o jantar! – ela sorriu para mim, me entregando uma xícara quente.
-Isso maninha! E coloque mais dois pratos – Rafael falou abrindo a porta da sala.
-Chegou! Por que dois pratos? – ela perguntou da cozinha ainda.
-Temos duas visitas que acabei de buscá-las no aeroporto!
Tivemos a mesma reação, um frio na espinha que nos levou até a sala. Puxando duas malas roxas, elas estavam na nossa frente sorridentes. Eu olhei para Soraya, e na sua face estava estampado de que teríamos mais problemas.

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