Parte 18 – “Lar, estranho lar”


Parte 18 – “Lar, estranho lar”
       “E se o ar poluído de São Paulo pudesse hipnotizá-la ao ponto de fazê-la cair em outros braços?”
            Ao entrarmos no apartamento ou “apertamento” onde Rafael morava, reparei que aquele lugar era um misto de lounge com festa Rave, formado por uma estranha decoração. Na parede da sala estavam espalhados vários pôsteres da banda Kiss, em um deles a língua de Genne Simons parecia se mover como se fosse lamber a visita, um da Pâmela Anderson em S.O.S Malibu e para terminar um do Bart Simpson fazendo mais uma de suas travessuras.O sofá era preto com umas almofadas no formato da boca, símbolo utilizado pelos Rolling Stones.
            Havia um pequeno corredor, muito apertado por sinal, que nos levava a cozinha, onde bandejas, colheres, panelas, copos sujos disputavam um lugar na pia.Uma pequena mesa com uma toalha azul e umas banquetas estava no centro do ambiente.Quando ele abriu o quarto, tivemos uma surpresa, ele criava uma iguana, o animal estava imóvel em cima do travesseiro, nas paredes uma decoração apropriada para uma festa de Halloween porém muito original.Rafa era muito talentoso com a decoração, talvez por nunca ter lido uma revista Casa & Cia.
            Enfim, abriu a porta do quarto onde ficaríamos instalados, era o melhor lugar do apartamento, havia uma cama de casal com uma bela colcha dourada, uma TV, um guarda-roupa. Era um ambiente tradicional naquele apartamento exótico, se assim podem me entender. Deixamos nossas malas no quarto, e Rafa nos disse:
            -Espero que tenham gostado! É simples, mas acho que dá para sobreviver!
            -Sem problemas, cara! – eu disse.
            -Primeiro, darei um jeito nesta louça que está pior do que um botequim de quinta categoria na favela!- Soraya disse mostrando-se prestativa.
            -Eu avisei alguém hoje de manhã que vocês estavam chegando, tenho certeza de que vão gostar da visita! - ele nos disse com uma feição que misturava ansiedade e felicidade.
            -Posso saber quem é mocinho? –perguntou Soraya enquanto lavava os copos sujos de marcas de batom.
            -Só quando a pessoa chegar! ele respondeu.
            Até o horário do almoço, fiquei conversando com Rafael na sala, fazendo os preparativos da festa que seria no próprio apartamento já que gastar muito não estava nos nossos planos. Quando, a campainha tocou:
            -Quem será? –perguntou Rafa vendo através do “olho mágico” da porta.
            Nos segundos que demoraram para ele virar a chave na porta, apertando o seu chaveiro em formato de trevo - da- sorte, torci para que a tal visita não fosse mais um problema para a gente. Será que a minha torcida havia dado certo?
            Quando a porta se abriu, Soraya correu para a sala, enxugando as mãos em um pano de prato, ah, se ela soubesse como ficava linda de “dona de casa”, melhor e mais sexy do que a Dona Florinda. Eu quase subi no sofá com medo de que fosse o “filho do esperto”, até que a porta se abriu de uma vez e percebemos a presença de um rapaz de estatura média com uma camiseta do Palmeiras, aquela verde marca-texto, e um sorriso sem graça no rosto.
            -Fábio! Que bom que você veio!- disse Rafael, o empurrando para dentro.
            -Oi! –foi a única coisa que Fábio conseguiu dizer.
            Não tivemos palavras também para cumprimentá-lo naquele momento. Ele era o meu melhor amigo no RPG e era ele quem irritava Soraya com suas perguntas inconvenientes, talvez o seu inimigo número dois. Eu não falava com ele desde o meu início de namoro com Alessandra, mas sabia perfeitamente que ele e Soraya se estranhavam assim como cão e gato. Se era possível amar alguém através da internet também era possível odiar outra.
            Soraya voltou para a cozinha sem dizer nada, certamente estava furiosa com a situação. Eu sorri sem graça e o cumprimentei diplomaticamente já que não tinha problemas com ele além do ciúme sobre minha vampira. Houve um período que Fábio deu em cima da minha amada, que resistiu, mas em um momento de loucura ou sei lá o que, fez com que sua personagem não resistisse a insistência dele. Não gosto de lembrar disso, por mais que ela fosse a minha bebê era muito vingativa ao ponto de o iludi-lo só para me machucar.E se ele ainda a amasse?Estaria eu diante do meu amigo ou o mais novo inimigo?Soraya o rejeitaria mais uma vez ou me provocaria mais uma vez de uma forma diferente?E se ele descobrisse o atual estado dela e espalhasse pelos jornais?
            -O almoço está pronto!-gritou Soraya em um tom orgulhoso.
            -Almoça conosco? –perguntou Rafael olhando para o amigo.

1 comentários:

Gohna myUse disse...

kkk amei esse capítulo !esses inimigos me assustam!

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Parte 18 – “Lar, estranho lar”


Parte 18 – “Lar, estranho lar”
       “E se o ar poluído de São Paulo pudesse hipnotizá-la ao ponto de fazê-la cair em outros braços?”
            Ao entrarmos no apartamento ou “apertamento” onde Rafael morava, reparei que aquele lugar era um misto de lounge com festa Rave, formado por uma estranha decoração. Na parede da sala estavam espalhados vários pôsteres da banda Kiss, em um deles a língua de Genne Simons parecia se mover como se fosse lamber a visita, um da Pâmela Anderson em S.O.S Malibu e para terminar um do Bart Simpson fazendo mais uma de suas travessuras.O sofá era preto com umas almofadas no formato da boca, símbolo utilizado pelos Rolling Stones.
            Havia um pequeno corredor, muito apertado por sinal, que nos levava a cozinha, onde bandejas, colheres, panelas, copos sujos disputavam um lugar na pia.Uma pequena mesa com uma toalha azul e umas banquetas estava no centro do ambiente.Quando ele abriu o quarto, tivemos uma surpresa, ele criava uma iguana, o animal estava imóvel em cima do travesseiro, nas paredes uma decoração apropriada para uma festa de Halloween porém muito original.Rafa era muito talentoso com a decoração, talvez por nunca ter lido uma revista Casa & Cia.
            Enfim, abriu a porta do quarto onde ficaríamos instalados, era o melhor lugar do apartamento, havia uma cama de casal com uma bela colcha dourada, uma TV, um guarda-roupa. Era um ambiente tradicional naquele apartamento exótico, se assim podem me entender. Deixamos nossas malas no quarto, e Rafa nos disse:
            -Espero que tenham gostado! É simples, mas acho que dá para sobreviver!
            -Sem problemas, cara! – eu disse.
            -Primeiro, darei um jeito nesta louça que está pior do que um botequim de quinta categoria na favela!- Soraya disse mostrando-se prestativa.
            -Eu avisei alguém hoje de manhã que vocês estavam chegando, tenho certeza de que vão gostar da visita! - ele nos disse com uma feição que misturava ansiedade e felicidade.
            -Posso saber quem é mocinho? –perguntou Soraya enquanto lavava os copos sujos de marcas de batom.
            -Só quando a pessoa chegar! ele respondeu.
            Até o horário do almoço, fiquei conversando com Rafael na sala, fazendo os preparativos da festa que seria no próprio apartamento já que gastar muito não estava nos nossos planos. Quando, a campainha tocou:
            -Quem será? –perguntou Rafa vendo através do “olho mágico” da porta.
            Nos segundos que demoraram para ele virar a chave na porta, apertando o seu chaveiro em formato de trevo - da- sorte, torci para que a tal visita não fosse mais um problema para a gente. Será que a minha torcida havia dado certo?
            Quando a porta se abriu, Soraya correu para a sala, enxugando as mãos em um pano de prato, ah, se ela soubesse como ficava linda de “dona de casa”, melhor e mais sexy do que a Dona Florinda. Eu quase subi no sofá com medo de que fosse o “filho do esperto”, até que a porta se abriu de uma vez e percebemos a presença de um rapaz de estatura média com uma camiseta do Palmeiras, aquela verde marca-texto, e um sorriso sem graça no rosto.
            -Fábio! Que bom que você veio!- disse Rafael, o empurrando para dentro.
            -Oi! –foi a única coisa que Fábio conseguiu dizer.
            Não tivemos palavras também para cumprimentá-lo naquele momento. Ele era o meu melhor amigo no RPG e era ele quem irritava Soraya com suas perguntas inconvenientes, talvez o seu inimigo número dois. Eu não falava com ele desde o meu início de namoro com Alessandra, mas sabia perfeitamente que ele e Soraya se estranhavam assim como cão e gato. Se era possível amar alguém através da internet também era possível odiar outra.
            Soraya voltou para a cozinha sem dizer nada, certamente estava furiosa com a situação. Eu sorri sem graça e o cumprimentei diplomaticamente já que não tinha problemas com ele além do ciúme sobre minha vampira. Houve um período que Fábio deu em cima da minha amada, que resistiu, mas em um momento de loucura ou sei lá o que, fez com que sua personagem não resistisse a insistência dele. Não gosto de lembrar disso, por mais que ela fosse a minha bebê era muito vingativa ao ponto de o iludi-lo só para me machucar.E se ele ainda a amasse?Estaria eu diante do meu amigo ou o mais novo inimigo?Soraya o rejeitaria mais uma vez ou me provocaria mais uma vez de uma forma diferente?E se ele descobrisse o atual estado dela e espalhasse pelos jornais?
            -O almoço está pronto!-gritou Soraya em um tom orgulhoso.
            -Almoça conosco? –perguntou Rafael olhando para o amigo.

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